Mês da Mulher: Reflexões sobre como é andar nas cidades sendo mulher e enfrentar a crise climática [Por Onde Andamos em Março]

Instituto Caminhabilidade
8 min readApr 4, 2024

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📍 Trouxemos conteúdos e participamos de conversas sobre o papel de gênero nas cidades e como isso é afetado pelas mudanças climáticas, principalmente da perspectiva de mulheres negras e indígenas

O tema da Semana do Caminhar 2024 é…

Neste ano, foram mais de 60 votos! O vencedor, que recebeu 52,2% dos votos, foi:

CAMINHABILIDADE NA CIDADE TODA — PERIFERIAS A PÉ — Discutir a descentralização das ações para a caminhabilidade, propondo soluções nas periferias e abordando os desafios no desenho das ruas. Enfatizar a criação de novas centralidades, conectividade à cidade inteira e a importância da intermodalidade acessível, incluindo a defesa de políticas como a tarifa zero.

A Semana do Caminhar 2024 irá acontecer entre os dias 4 e 10 de agosto. Em breve, lançaremos o desafio deste ano e abriremos formulário para inscrições de parceiras, atividades e ideias! Fiquem ligadas.

Participamos de live sobre mobilidade das mulheres do Painel Brasileiro de Mobilidade do Instituto Cordial

A Diretora-Presidente do Instituto Caminhabilidade, Leticia Sabino, falou sobre as barreiras e as limitações para andar a pé nas cidades sendo mulher — entre elas a insegurança de gênero -, e como isso pode se traduzir no desenho de ruas e de transportes. Leticia explicou as metodologias utilizadas pelo Instituto para avaliar a caminhabilidade com perspectiva de gênero, os estereótipos e as construções dos papéis de gênero, principais soluções para melhorar as cidades, entre outros assuntos. Participaram da conversa Camila Cavalheiro e Beatriz Gonçalves, do Instituto Cordial, e Marilia Roggero e Luciana Pascarelli, da Prefeitura de São Paulo. Assista!

Participamos de webinar sobre equidade climática da Rede de Cidades do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Estivemos no evento “Equidade Climática nas Cidades: Governança, Gênero e Resiliência Urbana”, o segundo da série de webinars “As Cidades da América Latina e do Caribe como Motores da Ação Climática após a COP-28”, com mediação de Nora Libertun de Duren, Especialista Sênior no Setor de Desenvolvimento Urbano e Habitação do BID. O Instituto Caminhabilidade foi escolhido como case no Brasil de projeto no qual a perspectiva de gênero foi integrada ao planejamento e à ação climática. Leticia Sabino trouxe dados sobre a crise climática e o caminhar nas cidades, e explicou a relação direta entre esses dois temas, e como afetam de forma desproporcional diferentes setores da sociedade, como as mulheres. A Diretora-Presidente do Instituto Caminhabilidade trouxe exemplos de projetos para mitigar essas desigualdades, como pedestrianização de áreas e pisos, solos impermeáveis e sistema de sinalização e orientação. Foi apresentado também um estudo de caso da Índia. Assista ao webinar na íntegra.

Fizemos o 3º encontro virtual da Rede Cidade Caminhável, que teve como tema “A importância da representatividade de mulheres e pessoas negras e indígenas na caminhabilidade”

Girlaine Dias, Subsecretária de Igualdade e Direitos Humanos, e Ivani Melo, Assessora de Igualdade Racial da Subsecretaria de Igualdade e de Direitos Humanos, apresentaram o projeto Caminhos Ancestrais, de Jacareí (SP), que recebeu menção honrosa de cidades do cuidado no Prêmio Cidade Caminhável 2023. Já Tânia Batistela Torres e Marcelle Rodrigues, Engenheiras de Tráfego da Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade, apresentaram o Quali-Urb Infância Fátima, de Canoas (RS).

Alguns destaques de ambos projetos foram a importância da representatividade e do acolhimento, que precisam estar nos espaços públicos; a liderança de mulheres nas equipes responsáveis pela implementação das iniciativas; a priorização da acessibilidade em sentido amplo, incluindo mulheres, pessoas negras e crianças; e a realização dos projetos em áreas periféricas das cidades. Foi muito lindo e inspirador, e agradecemos a participação e o engajamento de todas. Para saber mais das iniciativas, acesse o mapa de projetos no site www.premiocidadecaminhavel.org.

Entrada de colaboradora de design

Demos as boas vindas para Mariana Demuth, Analista de Design Gráfico. Mari é paulistana, mestra em design pela Universidade de São Paulo (FAU-USP) e arquiteta e urbanista pela mesma universidade, com pesquisa no campo de escolas para a Primeira Infância.

Visitas a projetos em Fortaleza

Na última news, contamos que participamos de reunião com gestoras da Prefeitura de Fortaleza. Além desses encontros, Leticia Sabino, Diretora-Presidente do Instituto Caminhabilidade, aproveitou a visita para conhecer projetos de caminhabilidade na cidade. Ela foi junto com Raquel do Vale e Dicélio Souza, da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (SEUMA), conhecer o microparque em Aracapé, na divisa de Fortaleza com Maracanaú. Os microparques requalificam áreas públicas subutilizadas, transformando em praças com foco na primeira infância no entorno de creches e escolas. Serão 30 microparques, que levam nomes de mulheres importantes para a comunidade e tem muitos brinquedos naturalizados, além da requalificação de calçadas. Leticia também visitou uma rua que está com piso intertravado, contemplada pelo Programa de Infraestrutura e Saneamento de Fortaleza (Proinfra), vencedor do Prêmio Cidade Caminhável 2023 na categoria Cidades Grandes.

8 de março — Dia Internacional da Mulher

No 8 de março, ressaltamos que as ruas são das mulheres, mas que, devido às desigualdades de gênero, elas são as que mais andam a pé por serem as cuidadoras, porém tem seus movimentos limitados por medo. No entanto, os investimentos e políticas públicas são feitos até hoje principalmente por homens, o que faz com que a presença feminina nas ruas seja limitada e moldada pelo gênero.

Falta de representatividade, medo de assédio e estupro, falta de locais confortáveis para sentar e propagandas sexistas são alguns dos motivos que fazem com que as mulheres não se sintam confortáveis para andar a pé, principalmente à noite.

Por isso, precisamos nos apropriar das ruas e cobrar políticas públicas para construir cidades seguras para mulheres e meninas! Cidades que cuidam e acolhem! Confira AQUI a publicação completa!

Reels O caminhar das mulheres nas cidades africanas

A África é a região do mundo onde os deslocamentos a pé são maioria absoluta, ultrapassando a América Latina! Enquanto em Fortaleza o caminhar representa 40% dos deslocamentos diários, em Maputo, Moçambique, chega a mais de 50%. É muito comum nas cidades africanas ver mulheres carregando muitas coisas nas mãos e na cabeça, como bebês, frutas, legumes, sacolas, etc, o que lembra cenas do sertão brasileiro.

A Diretora-Presidente do Instituto Caminhabilidade, Leticia Sabino, esteve em Kigali, na Ruanda, em outubro de 2023, e conversou sobre os movimentos das mulheres nas cidades africanas com Géssica Macamo, cientista política moçambicana e Diretora Executiva do Centro de Estudos Urbanos de Moçambique, jurada do Prêmio Cidade Caminhável 2023, e Mercília Lombe, arquiteta moçambicana e Assistente de Planejamento Urbano na Arquitetos sem Fronteiras. Elas refletem sobre como isso se relaciona com as dinâmicas de gênero e papel de cuidado, e como a falta de caminhabilidade na cidade afeta economicamente a vida dessas mulheres. Assista abaixo e já nos siga no TikTok!

16 de março — Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas

As mulheres, além de serem as que mais caminham nas cidades, são um dos grupos mais MAIS AFETADOS pelas mudanças climáticas, sobretudo as negras e indígenas. Por serem cuidadoras, além de serem mais vulneráveis ao aumento da pobreza, elas são mais sobrecarregadas e, portanto, enfrentam mais barreiras nos desastres climáticos.

Por isso, é possível dizer que existe também o MACHISMO AMBIENTAL, para além do racismo ambiental. Essa situação é ainda mais grave para mulheres negras e de comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, que são ainda mais vulnerabilizadas e que muitas vezes dependem da terra e da natureza para sobreviver. Confira AQUI a publicação completa!

21 de março — Dia Mundial da Infância

Você sabia que uma das características de observação da caminhabilidade é a idade em que as crianças começam a se deslocar a pé desacompanhadas?

No Dia Mundial da Infância, lembramos o quanto cidades caminháveis são importantes para que crianças sejam livres para caminhar, brincar e ocupar o espaço público. E o quanto precisamos reivindicar para que o livre caminhar seja uma realidade pelo acolhimento da cidade, e não por falta de opção, dando oportunidades de desenvolvimento com segurança a todas as crianças.

A cientista política moçambicana e Diretora Executiva do Centro de Estudos Urbanos de Moçambique, jurada do Prêmio Cidade Caminhável 2023, Géssica Macamo reflete sobre as diferenças de deslocamento e ocupação das ruas para crianças periféricas (que é o seu caso), e como isso gerou sentimentos de independência e liberdade, mas também os diversos perigos que ela passou pela cidade não ser preparada para ela! Assista AQUI ao vídeo.

Coluna Caos Planejado: Como é andar pelas cidades brasileiras sendo mulher?

No Mês da Mulher, falamos como o machismo e o patriarcado estruturais fazem com que a presença das mulheres nas ruas seja sempre acompanhada da sensação de insegurança e vulnerabilidade. Para nós, essa data serve de reflexão sobre o quanto as cidades são desiguais e excludentes, pois são fruto de um planejamento urbano feito principalmente por homens, a partir de uma perspectiva técnica, e sem a participação da população em sua diversidade. Leia AQUI!

Coluna É Logo Ali, da Folha de S. Paulo, apresenta Instituto Caminhabilidade

A colunista Luiza Pastor, da Folha de S. Paulo, escreveu sobre a iniciativa do Instituto Caminhabilidade em promover a caminhabilidade nas cidades brasileiras, destacando os desafios enfrentados e os projetos desenvolvidos para tornar os espaços urbanos mais propícios ao caminhar. Desde sua criação, o Instituto tem trabalhado para conscientizar sobre a importância de políticas públicas voltadas para a caminhabilidade, especialmente no contexto urbano de São Paulo. Além disso, o texto destaca a necessidade de parcerias com órgãos governamentais para implementar mudanças efetivas e garantir a segurança e acessibilidade dos pedestres, especialmente para mulheres e pessoas negras. Confira AQUI!

OUTROS PASSOS

  • Assistimos à Mesa 1 do Seminário Lutas Urbanas Feministas — Experiências das lutas urbanas feministas na África. O evento reuniu professoras universitárias e lideranças comunitárias da África do Sul e Tanzânia, que contaram sobre suas lutas e pesquisas que têm como base o protagonismo feminino nestes territórios. Assista AQUI.

VEM AÍ

  • Até o dia 5 de abril (sexta-feira), acontece o II Encontro de Urbanismo Social, em São Paulo, que reúne organizações de todo Brasil e alguns representantes de outros países para compartilhar experiências, conectar pessoas e iniciativas, e consolidar um documento de aprendizados sobre urbanismo social. Nós, do Instituto Caminhabilidade, vamos participar das oficinas de “Plano Urbano Integrado, Mobilidade Urbana, Plano Diretores e Política Fundiária” e “Dados sobre cidade e diagnóstico participativo” no dia 04.04 (quinta-feira) das 10h às 13h.

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