As cidades brasileiras são boas para caminhar? Dados inéditos sobre o Panorama da Caminhabilidade no Brasil [Por Onde Andamos em Setembro]

Instituto Caminhabilidade
10 min readOct 10, 2024

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📍No Dia Mundial Sem Carro, fizemos conteúdos com influencers de clima e meio ambiente. Também aparecemos na Globonews com especial sobre caminhabilidade!

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Lançamos o relatório do Prêmio Cidade Caminhável: Dados inéditos sobre o Panorama da Caminhabilidade no Brasil

O relatório analisou 57 projetos inscritos no Prêmio nas edições de 2021 e 2023. Com isso, foi possível definir tendências importantes para que a gente alcance cidades melhores para caminhar. Alguns destaques:

  • Desde 2018, os projetos de caminhabilidade aumentaram significativamente e continuam a crescer no Brasil.
  • O Nordeste, além de ser a região com mais projetos, possui também os mais bem avaliados.
  • Fortaleza, Recife, Jundiaí e Canoas são as cidades com mais projetos para melhorar a caminhabilidade.
  • Em mais de 50% dos projetos, houve redistribuição do espaço viário, seguida de acalmamento de tráfego e acessibilização de rotas.
  • Os parques urbanos têm sido destaque, principalmente os Parques Lineares que, além de serem áreas de esporte e lazer, são importantes eixos de deslocamentos ativos, integrando a natureza.
  • Órgãos de trânsito, mobilidade e urbanismo são os setores que mais realizam projetos de caminhabilidade.
  • As mulheres têm sido a maioria como líderes nesses projetos, embora ainda não estejam nos principais cargos das cidades. Em 79% dos projetos, pelo menos uma mulher ocupava uma posição de liderança. No entanto, apenas cinco tinham prefeitas à frente.
  • A caminhabilidade também está sendo promovida nas periferias das cidades. Embora 38,6% dos projetos estejam em áreas centrais, 31,6% estão em áreas marginalizadas ou historicamente desassistidas.

O relatório também traz os desafios para expandir a caminhabilidade no Brasil, como cidades que investem simultaneamente em projetos de mobilidade ativa e em infraestruturas para carros; falta de setores específicos de mobilidade a pé nas prefeituras das cidades; e ausência de incentivos ou programas federais específicos para a caminhabilidade, o que força as cidades a se autofinanciar ou buscar outras fontes.

Acesse AQUI o relatório e confira mais dados e exemplos de projetos!

O artista Puga Menezes fez a personalização das bicicletas do projeto Pedalando Juntas na Peinha, em São Paulo

As bikes foram desmontadas, deixando apenas o quadro para a pintura. O designer, que é morador do Jardim Fim de Semana, escolheu as cores rosa e azul, que fazem parte da identidade visual do Lab Rio Pinheiros. “Essas duas cores são muito simbólicas: uma representa as mulheres e a outra o rio. Usei o efeito degradê para dar às bikes uma cara renovada”, explicou Puga.

Durante a atividade, rolou a participação da comunidade, principalmente das crianças. Nesta semana, as bicicletas serão remontadas e passarão por uma revisão mecânica para estarem disponíveis na INAUGURAÇÃO OFICIAL do Pedalando Juntas, que será neste domingo (13/10) durante a festa do Dia das Crianças na Peinha.

As bicicletas foram doadas pelos nossos parceiros do Instituto Aromeiazero por meio da campanha Bike Parada Não Rola que recupera bicicletas esquecidas em garagens e bicicletários. Para saber mais sobre o projeto, acesse o Instagram do Lab Rio Pinheiros!

Fizemos parte do grupo de especialistas convidados para conversar sobre Cidades Verdes Resilientes no Simaclim, em Recife

A Diretora-Presidente do Instituto Caminhabilidade, Leticia Sabino, foi uma das pesquisadoras convidadas para a oficina científica sobre Cidades Verdes Resilientes, realizada em Recife (PE) entre os dias 11 e 13 de setembro, como parte do Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas. Ao lado de outras 14 especialistas nacionais e internacionais, o encontro foi uma oportunidade valiosa para compartilhar ideias sobre como adaptar as cidades, tornando-as mais sustentáveis, saudáveis e preparadas para enfrentar eventos extremos. Entre os presentes, estavam professoras da USP, o diretor do Ministério das Cidades e pesquisadores da TU Delft, entre outros.

Foram três dias de muito trabalho e aprendizado. Leticia reforçou que não há mitigação ou adaptação climática possível sem tirar os privilégios e os espaços dos carros nas cidades, já que eles são os principais poluidores. Outros assuntos abordados foram parques, Soluções Baseadas na Natureza, financeirização da natureza, etc. O grupo de especialistas irá produzir um relatório síntese até o final do ano para ser publicado e entregue principalmente aos gestores públicos.

O SIMACLIM é desenvolvido pela UFPE e está sendo financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Saiba mais sobre o projeto AQUI.

Participamos do Bicicultura Brasília e do 13º Fórum Mundial da Bicicleta

Leticia esteve em Brasília para participar dos maiores eventos sobre a cultura da bicicleta no Brasil. Durante sua visita, Leticia realizou uma atividade de observação dos aspectos positivos e negativos das ruas nas periferias, em uma pedalada promovida pela iniciativa Pedal na Quebrada, que percorreu até a Vila Planalto — um símbolo de resistência dos trabalhadores que ergueram Brasília, criada em 1957 como acampamentos para os operários das construtoras. Além disso, ela acompanhou projetos inspiradores de mobilidade ativa, como a Estratégia Nacional da Bicicleta, o projeto Bota para Rodar, e a Red Morras Cicleteras, do México, entre outros.

Fizemos o 9º encontro da Rede Cidade Caminhável — Como buscar financiamentos para projetos de caminhabilidade?

Conversamos com Cristiana Scorza Guimaraens, Diretora do Departamento de Estruturação do Desenvolvimento Urbano e Metropolitano da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, e Marina Amorim Cavalcanti de Oliveira, Coordenadora de Articulação e Planejamento do Departamento de Regularização, Urbanização Integral e Qualificação de Territórios Periféricos da Secretaria Nacional de Periferias. Elas apresentaram os principais projetos de financiamento das Secretarias, como o Programa Pró-Cidades e o Periferia Viva, que podem impulsionar iniciativas de caminhabilidade nos municípios.

Para saber mais sobre as iniciativas, acesse o mapa de projetos no site premiocidadecaminhavel.org.

Dia Mundial Sem Carro — 22 de setembro

Fizemos colaboração com a página Verdes Marias…

As três irmãs ajudam a ter uma vida mais sustentável e são vencedoras do Prêmio Lixo Zero 22. Na publicação, falam sobre a poluição do ar causada pelos automóveis — que se mistura à fumaça das queimadas — e que para criar cidades mais habitáveis precisamos torná-las mais caminháveis! Confira AQUI o post na íntegra.

…e com o influencer e geógrafo Bruno Araújo (@brunopeloclima)…

Bruno fala sobre o problema dos engarrafamentos, que faz com que as pessoas percam horas no trânsito se deslocando de um lado ao outro da cidade. Ele ressalta que a principal causa disso não é a velocidade média baixa dos veículos, mas sim a quantidade de carros e como esses são os verdadeiros vilões.

“Como seriam as cidades sem carros? Imagine um cenário com tarifa zero, transporte público de qualidade, incentivo ao uso de ciclovias e bicicletas para percorrer distâncias curtas, e um planejamento urbano que favoreça a caminhabilidade. Cidades sem carros significam também um mundo sem infraestruturas voltadas para veículos, como avenidas e viadutos, que poderiam ser transformadas em boulevards, espaços de cidades-esponja, áreas de bares e restaurantes. Esse é o convite que eu e o Instituto Caminhabilidade fazemos: pensar em um novo mundo, que já está sendo construído”, afirma Bruno.

O influencer apresenta o relatório do Prêmio Cidade Caminhável e cita exemplos de projetos como a Via Parque de Caruaru (PE) e o Parque Linear das Hortas do Dirceu, em Teresina (PI). Dá play no vídeo!

… e ressaltamos que, para fazer projetos de caminhabilidade, é preciso tirar o espaço dos carros!

Precisamos combater o protagonismo dos carros nas cidades, porque eles sequestram os espaços e investimentos, impermeabilizam o solo com o asfalto e modificam a natureza com a canalização dos rios. A boa notícia é que, segundo o relatório INÉDITO sobre o panorama dos projetos de caminhabilidade no Brasil, mais da metade das iniciativas REDUZIU áreas destinadas a veículos motorizados para melhorar a CAMINHABILIDADE.

Além disso, a maior parte dos projetos é de requalificação, ou seja, mudam a configuração do espaço de forma mais concreta e duradoura. Destaque para a Requalificação da Avenida Desembargador Moreira, em Fortaleza, e a Transformação do Pátio de Santa Cruz, em Recife. Veja AQUI o post na íntegra.

Saiu o episódio sobre caminhabilidade da série “Desafios Municipais: Transporte” da GloboNews

A matéria conta a história da criação do Instituto Caminhabilidade e traz soluções e desafios para o maior transporte de massa do Brasil: o CAMINHAR, e como as próximas gestões municipais podem trazer melhorias na mobilidade ativa das cidades.

A Diretora-Presidente do Instituto Caminhabilidade, Leticia Sabino, fala sobre a importância e os desafios da caminhabilidade, como a falta de prioridade para pedestres, o conceito de ruas completas e a ausência de áreas dentro da prefeitura que lidem com mobilidade a pé.

“Nas cidades, deixam muito espaço para os carros e a gente se sente acuada, coagida, a ficar no espaço que sobra nas calçadas”, Leticia Sabino, Instituto Caminhabilidade.

A reportagem também fala da Paulista Aberta, que está completando 10 anos em 2025, e foi mobilizada pelo Instituto Caminhabilidade. Ficamos emocionadas em participar de uma reportagem tão longa sobre um assunto tão importante que deve ser cada vez mais levado adiante!

Assista abaixo!

Caos Planejado: O que as candidatas podem fazer para se comprometer com a mobilidade ativa nas cidades?

Aproveitamos o momento eleitoral para falar sobre a carta compromisso que elaboramos junto ao Perifa Sustentável destinada às candidaturas à prefeitura e à vereança de todo o Brasil que propõe 6 metas e ações para serem incluídas nos planos de governo. Leia o artigo AQUI!

Rede Sistemas Seguros

Continuamos nossa articulação com as organizações da Rede Sistemas Seguros, uma iniciativa que reúne entidades em apoio à aprovação do projeto de lei que propõe a redução da velocidade para diminuir as mortes no trânsito. Em setembro, publicamos um post explicando como tramita um Projeto de Lei e outro detalhando o que significa um projeto de lei apensado.

OUTROS PASSOS

Publicação Insurgências: Experiências em Espaços Públicos

A arquiteta e urbanista Eveline Prado Trevisan escreveu um artigo sobre a mesa temática “Mobilidade”,da qual participamos durante o evento Insurgências 2023. No artigo, ela destacou a atuação do Instituto Caminhabilidade e as contribuições de Leticia Sabino, como o percentual de deslocamentos a pé nas cidades brasileiras e a reflexão sobre como os espaços urbanos são machistas. O relatório completo inclui artigos de especialistas que discutem diversas mesas temáticas do evento, abordando questões como cuidados, primeira infância, bairros e redes. Confira o relatório completo AQUI.

Caminhando Juntas foi selecionado para fazer parte de uma série de estudos de caso na América Latina que demonstram soluções climáticas com justiça de gênero

Os estudos fazem parte de uma atividade que visa melhorar as relações entre grandes financiadores climáticos, como o Fundo Verde para o Clima, e os grupos de base comunitária, assim como suas iniciativas de mitigação, adaptação, perdas e danos, ou suas combinações. Esta ferramenta será utilizada em uma estratégia de incidência junto às Autoridades Nacionais Designadas (AND) do Fundo Verde para o Clima (GCF), com o objetivo de garantir que os recursos do financiamento climático cheguem de forma mais direta aos territórios que mais sentem os impactos das mudanças climáticas. A iniciativa é promovida pela Global Alliance for Green and Gender Action (Aliança GAGGA).

Lab Rio Pinheiros e Caminhando Juntas no Prêmio Periferia Viva

Os projetos foram classificados como Assistências Técnicas para a segunda edição do Prêmio Periferia Viva, realizado pela Secretaria Nacional de Periferias, vinculada ao Ministério das Cidades. Cada iniciativa foi avaliada por três membros da Comissão Julgadora, composta por técnicos de diversos Ministérios do Governo Federal e pareceristas externos, a partir de critérios como impacto socio-territorial, participação, entre outros. Saiba mais aqui.

VEM AÍ

  • Walk21–14 a 18 de outubro: Estaremos novamente na maior conferência de caminhabilidade do mundo, que este ano será realizada em Lisboa, Portugal. Participaremos de uma plenária sobre estratégias de governança, apresentaremos a análise do Plano Nacional de Mobilidade Urbana do Brasil e o relatório que traça o panorama dos avanços das cidades brasileiras rumo à caminhabilidade nos últimos 10 anos. Além disso, vamos liderar um walkshop para observar e resgatar espaços públicos sob uma perspectiva feminista. Confira a programação aqui.
  • World Urban Forum — 4 a 8 de novembro: Pela primeira vez, participaremos do World Urban Forum, que acontecerá no Cairo, Egito. Nossa apresentação abordará a importância da caminhabilidade na criação de futuros urbanos equitativos e resilientes, e como as cidades brasileiras estão promovendo a caminhabilidade em contextos de desigualdade por meio de parques lineares. Mais informações aqui.

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Instituto Caminhabilidade

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